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A paixão

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O par

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Olha eu aqui de novo.

Olha eu aqui de novo.
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O amor é lindo !

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Nikita e Pit

Nikita e Pit
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quinta-feira, 17 de maio de 2012

domingo, 21 de agosto de 2011

Minhas inspirações - Ivan Reis Guimarães


As Minhas inspirações



Se alguém me pergunta de onde eu laço

Os temas surgidos nas quadras que faço

Eu digo de pronto, sem muitos rodeios,

Que os  tiro dos rastros dos meus devaneios.



São ternas memórias que eu tenho guardadas

Ao bem caminhar nessas minhas jornadas

Que, ao aflorarem em cenas viçosas,

Erigem da mente meus versos e prozas.



Na angústia gerada por uma mesmice

Que é pano de fundo de toda a velhice

Antigos cenários me vêm de repente

Num acontecer de um belo presente.



E nas reticências da fuga que acalma

Por onde envereda sorrindo minh’alma

Revejo, imerso em deslumbramentos,

Passados que evocam felizes momentos.



Relembro infância de luzes profusas

Num alvorecer de  ideias  confusas

Atalhos que uniam um moço travesso

A impaciência de um longo começo.



Sorrisos nascido no ir dos balanços

Alegres corridas sem muitos descansos

As pipas alçadas por meus movimentos

Brincando nos ares com a força dos ventos.



Extensos pedaços de praias vazias

Contendo nas brisas, frontais maresias

Meu corpo molhado sorvendo frescores

De um mar onde o céu pincelava de cores.



Canções embalando as noites de festas

Plurais violões musicando serestas

Casais debruçados em suas varandas

Coretos nas praças. Acordes nas bandas.



O beijo molhando a face materna

A benção tomada de quem é eterna

A frase empregando o termo senhora

Que hoje, esquecido, o filho ignora.



O ombro achado por lágrima quente

Que eu derramava quando penitente

Refúgio seguro. Amável abrigo

Que nos desalentos, chorava amigo.



Calores que vinham de mãos generosas

Fazendo afagos ou portando rosas

Naqueles momentos de tempos gelados

Ou quando o meu centro pendia pros lados.



O sol que eu via na ida à escola

Lançando seus raios na minha sacola

Os passos bem juntos da mana querida

Início medroso. Albores da vida.



Palavras trocadas em frases que vinham

De vozes amigas nos timbres que tinham

Por grupos sentados em brancas soleiras

Cantando acasos em nuvens ligeiras.



Primeiros arroubos com uma vizinha

Só mãos enlaçadas  pois beijo não vinha

Roçares de rostos tão dissimulados

Que os lábios abertos não eram tocados.



Novelas ouvidas no rádio da sala

Família em silêncio. Só astro quem fala.

O sono chegando na mente que sonha

No dia que segue a noite enfadonha.



O largo sorriso na face sisuda

Do pai que me olhava com lágrima muda

Ao ler que eu havia por fim conquistado

Ingresso na FAB. Meu sonho dourado.



Os muitos poentes de tons desmaiados

Que maravilhavam meus olhos cansados

Nos breves repousos de minhas rotinas.

Penumbras suaves que poupam retinas.



O brilho dos olhos que nunca escondia

O clima fraterno em que eu vivia

Montando amizades entre os meus pares

Tornando macios os duros lugares.



A paz confortante que eu sempre sentia

Diante do Cristo na Eucaristia

Pela expulsão dos meus muitos pecados

Pela emoção dos que são perdoados.



No embalo sereno de uma nostalgia

Que afasta o tédio abismal do meu dia

Transponho nos versos dos longos poemas

A forte emoção que acompanha esses temas.



Brasília, DF. 10/março/2003.