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Blog do Sergio Guima
Aos amantes de motos, fotografia, computadores, animais e uma boa vida.
quinta-feira, 17 de maio de 2012
domingo, 21 de agosto de 2011
Minhas inspirações - Ivan Reis Guimarães
As Minhas inspirações
Se alguém me pergunta de onde eu laço
Os temas surgidos nas quadras que faço
Eu digo de pronto, sem muitos rodeios,
Que os tiro dos rastros dos meus devaneios.
São ternas memórias que eu tenho guardadas
Ao bem caminhar nessas minhas jornadas
Que, ao aflorarem em cenas viçosas,
Erigem da mente meus versos e prozas.
Na angústia gerada por uma mesmice
Que é pano de fundo de toda a velhice
Antigos cenários me vêm de repente
Num acontecer de um belo presente.
E nas reticências da fuga que acalma
Por onde envereda sorrindo minh’alma
Revejo, imerso em deslumbramentos,
Passados que evocam felizes momentos.
Relembro infância de luzes profusas
Num alvorecer de ideias confusas
Atalhos que uniam um moço travesso
A impaciência de um longo começo.
Sorrisos nascido no ir dos balanços
Alegres corridas sem muitos descansos
As pipas alçadas por meus movimentos
Brincando nos ares com a força dos ventos.
Extensos pedaços de praias vazias
Contendo nas brisas, frontais maresias
Meu corpo molhado sorvendo frescores
De um mar onde o céu pincelava de cores.
Canções embalando as noites de festas
Plurais violões musicando serestas
Casais debruçados em suas varandas
Coretos nas praças. Acordes nas bandas.
O beijo molhando a face materna
A benção tomada de quem é eterna
A frase empregando o termo senhora
Que hoje, esquecido, o filho ignora.
O ombro achado por lágrima quente
Que eu derramava quando penitente
Refúgio seguro. Amável abrigo
Que nos desalentos, chorava amigo.
Calores que vinham de mãos generosas
Fazendo afagos ou portando rosas
Naqueles momentos de tempos gelados
Ou quando o meu centro pendia pros lados.
O sol que eu via na ida à escola
Lançando seus raios na minha sacola
Os passos bem juntos da mana querida
Início medroso. Albores da vida.
Palavras trocadas em frases que vinham
De vozes amigas nos timbres que tinham
Por grupos sentados em brancas soleiras
Cantando acasos em nuvens ligeiras.
Primeiros arroubos com uma vizinha
Só mãos enlaçadas pois beijo não vinha
Roçares de rostos tão dissimulados
Que os lábios abertos não eram tocados.
Novelas ouvidas no rádio da sala
Família em silêncio. Só astro quem fala.
O sono chegando na mente que sonha
No dia que segue a noite enfadonha.
O largo sorriso na face sisuda
Do pai que me olhava com lágrima muda
Ao ler que eu havia por fim conquistado
Ingresso na FAB. Meu sonho dourado.
Os muitos poentes de tons desmaiados
Que maravilhavam meus olhos cansados
Nos breves repousos de minhas rotinas.
Penumbras suaves que poupam retinas.
O brilho dos olhos que nunca escondia
O clima fraterno em que eu vivia
Montando amizades entre os meus pares
Tornando macios os duros lugares.
A paz confortante que eu sempre sentia
Diante do Cristo na Eucaristia
Pela expulsão dos meus muitos pecados
Pela emoção dos que são perdoados.
No embalo sereno de uma nostalgia
Que afasta o tédio abismal do meu dia
Transponho nos versos dos longos poemas
A forte emoção que acompanha esses temas.
Brasília, DF. 10/março/2003.
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